Olho insistentemente de um lado pra outro procurando por alguma coisa, melhor, por alguém, mas não existe um ser vivente por perto, incrível.
Uns estam ocupados demais com os assuntos do coração, outros saíram de cena por um tempo. Tem aqueles que permanecem no mesmo lugar, só se tornaram um tanto invisíveis. Alguns me desprezaram, me trocaram por novos amigos aparentemente melhores que eu. Sabe aqueles de infância? eles caíram na mesmice e ainda fazem as mesmas coisas sem um pingo de entusiasmo. Tem uns que mudaram, que estam no meu cotidiano, mas continuam indiferentes com um distanciamento ou coisa parecida.
Eu sinto uma falta enorme do meu tempo de criança, quando tudo era mais fácil. Os amigos eram verdadeiros, coisa que nenhuma boneca poderia separar. As brigas eram coisas de trinta segundos e o resto do dia era só sorrisos. Mas as coisas mudam, não é mesmo? as pessoas crescem, ficam mesquinhas e parecem não reconhecer quem elas realmente são.
Tenho saudade de cada pessoa que já passou na minha vida. Me lembro das minhas amigas de colégio, quando tinha uns 6 ou 7 anos. éramos inseparáveis, do momento em que colocávamos os pés na escola até o momento de sair. Amizade de infância, todo mundo sabe como é. Dura muito tempo, mas amigos de colégio são amigos de colégio, amigos de vizinhança são amigos de vizinhança e amigos para sempre são aqueles que nem o tempo separa: os primos.
Eu tenho um numero considerável de primos, porém, de todos, os mais chegados eram apenas dois, um casal. Sempre nos damos muitos bem, entre tapas e beijo, claro. Até hoje, eles continuam a me perseguir, parece que nós não crescemos, que continuamos piralhos e que estamos na sala em meio de uma guerra de travesseiros, o que minha avó odiava. Isso me faz sentir bem, parece que nada mudou, que eu ainda sou aquela menininha dos cabelos enrolados como um sorriso de orelha a orelha. Parece que eu ainda brinco de bonecas e que minha mãe esta prestes a chegar e me dar um beijo de boa noite. Isso me conforta.
É uma pena saber que tudo isso se passou. É mais triste ainda saber que todas as pessoas, todos meu amigos, um dia vão sair da minha vida. Cada um vai ter um rumo diferente, mas eu não me imagino 'grande', nem eles. Queria continuar assim, jovem, com os amigos de sempre, com essa mesma família, com minha vidinha pacata, mas eu não queria mais nenhuma mudança.